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domingo, 22 de abril de 2012

Ab-sinto

Inebriada...entorpecida...
No dia em que tudo transbordou em inúmeras e intensas sensações, ainda me encontro em um estado de torpor (adoro essa palavra). Tudo o que vivi irá além de mim. Mas agora é hora de ir para a caverna, é hora de olhar para dentro e tentar entender o que acontece. Ou então não entender nada e deixar que tudo transcenda e seja.
Todas as palavras agora pipocam em meu peito em pequenas explosões deliciosamente dolorosas. Todos os sabores, toques, imagens trazem as coisas que perdi pelo caminho e que agora afloram com um intensidade perigosa. Explodirei? Implodirei? As palavras da amiga foram sábias: criar asas dói. Viver dói. Mas é bom demais...

Incidentes

Estou à beira do abismo
A um passo do voo
A um centímetro da queda
Tenho asas
Mas não sei voar
(De um tempo distante)
(...)



Num dia descobri que era pequena,
partícula em um mundo imenso.
Num dia descobri que era grande,
porque ele cabia todo dentro de mim.
Ganhei asas e saltei do abismo:
alma na boca,
sangue nas veias,
riscos e palavras que transbordam.
Meu caminho está aí.
(Do tempo presente)




(Ilustração: Eduardo de Amorim Nunes)

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