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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Segunda-feira



Não gosto de escrever às segundas-feiras, o que não quer dizer que eu não escreva neste dia que marca o início da monotonia que ronda meus dias tediosos. Sem dramas. Só não gosto de escrever às segundas, mas o faço, assim como faço milhares de coisas que não gostaria de fazer. A possibilidade de viver uma vida que me pertença sempre me parece impossível às segundas-feiras. Os dias guardam uma eternidade patética e eu não quero nada que seja eterno. É tempo demais pra minha inconstância.

Não tenho saudade...

Não tenho saudade do que fui.
Fui na verdade tão pouco nesta vida.
Era como pés que caminham sem caminho,
numa estrada infinitamente longa,
eternamente igual.
A poesia se abrigou em minhas mãos.
Nela eu escondia meus medos,
revelava meus segredos,
brincando de palavras.
Sentia o que não vivia.
Olhava o que não via.
Protegia-me em seu manto
e percebi seu breu,
uma tênue linha que separa
o sonho e o concreto.
Será que ainda é tempo de viver ?
Se eu vivesse aquilo que sonho
haveria luz,
haveria música,
não haveria solidão
Meu sonho é uma nuvem.
Sou tão pouco,
e tenho tanto medo...
Não sou nada.
(Caos - p.16)

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